Sobre mim

Chamo-me Rita e sou música e compositora com formação académica em piano clássico e pedagogia musical, bem como terapia energética e do som.

O projeto Moon Frequencies nasce da união da técnica da composição do piano com a sensibilidade das taças de cristal e sound healing, tendo como intuito promover o bem-estar, o equilíbrio e a conexão ao todo através de uma viagem pelas estrelas.

Presentemente, para além de lecionar piano, realizo concertos meditativos e de sound healing regularmente.

A minha história

Comecei a tocar piano aos 14 anos. Foi a primeira coisa que realmente despertou o meu interesse. Como sempre tive ansiedade social (na altura não estava consciente disso), ficar em casa tardes inteiras a tocar piano era o meu programa favorito. Senti que se abria todo um mundo de possibilidades maravilhosas. 

Por um lado, sempre ouvi as pessoas dizerem que eu tinha muito talento para o piano, e por outro, que tinha começado a tocar demasiado tarde e que não iria conseguir fazer uma carreira de pianista. Senti que isso me inibia e me tornava insegura mas tomei-o como um desafio que me propus a superar: Passados 3 anos, com 17 anos, fiz o exame de 5º grau e terminei o 8º grau aos 20. Pensei que concluir o curso de piano em "tempo recorde" iria trazer-me satisfação e confiança, mas não foi o caso. Comecei então a trabalhar como pianista acompanhadora com cantores de ópera ao mesmo tempo que fazia a licenciatura. 

Pensei que agora, a trabalhar na área e a fazer concertos regularmente, iria sentir-me realizada e confiante, mas muito pelo contrário, a experiência de ser pianista acompanhadora deixou muito a desejar - era um emprego muito duro, no qual eu preparava concertos com 20 a 30 peças regularmente. Esse confronto com a realidade foi uma grande desilusão para mim. A magia de tocar tinha desaparecido. Tudo descambou quando o meu corpo somatizou essa desilusão: Esforcei-me tanto que fiquei com uma tendinite no braço direito que me forçou a parar de tocar. Tocar piano naquele momento só me trazia dor- física e emocional. O universo estava a mostrar-me que não era esse o caminho. 


"Senti-me muito perdida e comecei a acreditar que a música não era para mim"

Assim, despedi-me do emprego como pianista acompanhadora e acabei por ir trabalhar o turno da noite numa livraria.  Também nesse mesmo ano, entrei no mestrado em pedagogia do piano, já que a performance pianística não estava a correr bem. Em termos médicos, o diagnóstico apontava para uma tendinite crónica que implicava que talvez nunca mais conseguisse tocar como até esse momento. Não desisti de tentar encontrar outras alternativas e fui de encontro a uma abordagem chamada Técnica Alexander, que se baseia na compreensão da consciência mente e corpo - foi a primeira vez que ouvi conceitos como padrões inconscientes, sexto sentido e atenção plena. Ao tornar-me consciente das tensões inconscientes do meu corpo, consegui trocá-las por movimentos mais fluídos e menos tensos. Consegui assim, voltar a tocar piano no mestrado - por momentos, senti que tinha reencontrado a magia que tinha sentido em tempos. Contudo, voltei novamente a levar-me à exaustão, tocando 7 horas por dia, para realizar a prova de piano do curso. Mais uma vez, não tinha aprendido a lição: achei que quando tivesse o mestrado concluído e boa nota a piano iria sentir aprovação dos outros e de mim mesma, e consequentemente, confiança e alegria. O resultado foi que fiz a prova, obtive 19 a piano e 18 de média no mestrado, e depois disso não toquei piano durante 3 anos.

Era um sentimento doce-amargo: aquilo que eu mais amava tornou-se num vazio, não conseguia encontrar a luz. Em Janeiro de 2019, entrei naquilo que chamamos de noite escura da alma- para além da perda do amor pelo piano, "perdi" uma relação amorosa que me causou muita dor. Sentia-me completamente perdida e sozinha - tudo o que sempre acreditei era uma ilusão e tudo tinha corrido ao contrário do que eu tinha esperado. Contudo, esse momento foi crucial para a minha evolução, pois percebi várias coisas: Vivi as relações de forma errada toda a minha vida; não tinha amor nem respeito nenhum por mim própria; vivi sempre a tentar agradar e obter validação do outro; Nesse momento, ouvi uma voz que me disse que era eu que tinha de mudar. Esse foi o ano mais desafiador da minha vida, sentia um vazio constante que era incapaz de preencher. A única coisa que me aliviava era passar tempo na mata dos medos. Só em 2020 é que, pela primeira vez, procurei ajuda terapêutica. Estava num ponto em que sentia que não aguentava mais o vazio que sentia dentro de mim- ou eu me curava ou morria. Foi numa dessas sessões de terapia que surgiu a pergunta:

"O que farias se não tivesses medo? A resposta foi imediata: Tocava piano"

Eu continuava amargurada com a experiência académica, então foi-me sugerido pela terapeuta que criasse uma música. Inicialmente achei absolutamente ridículo - eu não sabia compor; mas a ideia ficou. No domingo seguinte, após uma caminhada na mata dos medos e ter observado o mar revolto, regressei a casa e compus o meu primeiro original "Oceano", para piano solo. Para meu espanto, não fiquei insatisfeita com o resultado- tanto que continuei a compor com ajuda do tarot e de oráculos. Foi um processo de desconstrução daquilo que eu considerava tocar piano e fazer música. E foi aí que a magia ressurgiu. Pela primeira vez, em muitos anos, senti novamente o encantamento que senti quando tinha 14 anos. Ressurgiu também a necessidade de validação exterior e o medo do julgamento por parte do outro. Achei que poderiam julgar-me e gozar comigo. Mas aconteceu precisamente o contrário- quando me permiti aceitar quem eu sou em termos musicais e criativos, e partilhar com os outros aquilo que criei como a verdadeira expressão do meu ser, senti que, pela primeira vez, estava a ser vista e reconhecida pelo outro. Recebi muitas partilhas de pessoas de quem nunca esperei, mas que se identificavam com os sentimentos de solidão que eu descrevia, e que a música que eu compunha, os acalmava de alguma forma.

Eu tinha percebido tudo ao contrário - o amor e a validação, para me criarem confiança e alegria, tinham que vir única e exclusivamente de mim mesma

Em Dezembro de 2021, toquei pela primeira vez ao vivo um tema original meu. Pela primeira vez, em 3 anos senti êxtase; pela primeira vez em vários anos, senti que estava a gostar de tocar piano. A partir daí melhorei muito em termos emocionais- em 2023 entrei no primeiro relacionamento saudável da minha vida, com quem partilho a vida presentemente e tenho uma filha; comprei equipamento novo que me permitiu explorar outros universos musicais através dos sintetizadores e as taças de cristal; comecei a realizar concertos meditativos no meu local de cura- a mata dos medos -com essas novas músicas que criei; e comecei a trabalhar de forma independente.